Alguns questionamentos de onde há vida e onde há consciência permanecem até hoje.
Por exemplo: Talvez um dia descubramos almas, ou melhor, consciências nos animais que matamos para comermos, e então paremos com este nosso possível hábito desastroso.
Então onde começaria a vida, na fecundação, no feto, no nascimento ou mesmo no início da infância, pois seria onde realmente podemos lembrar vagamente do que fizemos?
Respondo que em todas essas a vida está presente. Contudo no primeiro estágio não há nenhuma forma de consciência, já no estágio pós-fecundação, no que podemos chamar de feto; existe uma consciência, embora ainda não esteja realmente pronta.
Farei uma analogia da qual provarei meu ponto:
Eutanásia é quando há o desligamento de aparelhos de uma pessoa, vegeta, ou não, que possivelmente está sofrendo e não tem chances de recuperação.
Eutanásia se assemelha ao aborto por ser um tipo de "vegetação" do indivíduo, onde a consciência existe, mas não está pronta para uso.
Vale lembrar que Eutanásia é proibida no Brasil.
No entanto, vamos supor que aborto fosse como eutanásia: Então seria uma eutanásia bem diferente, perceba:
Nós "desligaríamos os aparelhos" de um indivíduo cujo não está sofrendo, um indivíduo sem precedentes criminais, com chances de sobrevivência de 992 para 1000 e expectativa de vida em potencial de 78 anos.
Cruel, não?
Perceba que dei uma volta quando citei a matança que cometemos com os animais, pelo quesito dúvida deles terem uma consciência ("alma"), ou não. Entretanto, existe a justificativa de fazermos isso para nosso próprio alimento, embora não essencial: usamo-os para "sobrevivência".
No aborto essa justificativa não há, afinal não nos alimentamos de fetos humanos, nem precisamos abortá-los para sobreviver. No entanto, aí entra o ponto mais interessante da discussão;
Existem pelo menos 3 formas de justificar um aborto, inclusive, todas válidas pela constituição brasileira:
Pelo terrorismo e pela genética: É quando a moça é estuprada e encontra-se nessa terrível situação entre ter um filho indesejável onde não houve culpa dela e correr o risco de caso tenha o filho, pela genética, ele tenha os mesmos traços doentios do progenitor (pai).
Nesse caso citado afirmo: O aborto não deixa de ser assassinato, apenas numa balança de culpa e prejuízos torna-se infelizmente a medida cabível ainda considerável de evitar piores danos.
Segunda forma; Acefalia: Sem muita necessidade de justificativas, é bem mais coerente com uma analogia do que realmente seria uma eutanásia. Pois nesse caso não há consciência em formação, nem mesmo haverá. Trata-se apenas de um indivíduo que vegeta, sofrerá bastante pela doença, e com chances de sobrevivência quase nulas.
Terceira forma; Pela vida da mãe; Essa é talvez a mais polêmica e também a mais dolorosa, a única onde não colocarei minha opinião de fato: Trata-se da situação onde a mãe corre sérios riscos de morrer para ter o filho, é uma ocasião bem rara em dias atuais, mas que pode ocorrer.